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Olhar a obra de Chagall é um desafio poético além de pictural - uma invasão à filosofia vegetal do artista pela decodificação do pensamento vegetativo do poeta plantado em jardim próprio - próprio Jardim do Éden e das Hespérides ambos silvestres dentro do corpo pensante do poeta plástico - corpo de fauno para não titubear na semiótica quando da leitura e posterior escritura dos geóglifos individuados em cada ser pelas circunstâncias naturais e o contexto historial do indivíduo que é tão único que não se pode buscar o homem morto nos rastos de seus filhos na aurora ou na noite tenebrosa porquanto os filhos possuem dele e postam dele no ser um pedaço desprezível e amuado daquele ser que na filha vira em muxoxo feminino pois na reencarnação possível na graça da escrita genética o karma é outro - outros atos e fatos fazem um ser que guarda do homem morto apenas o rasgar do espelho na água Observar a pintura do artista surreal é proceder a uma devassa no espírito do filósofo o qual tem o poder de minorar ou majorar a engenharia na vida porém não tem poder algum sobre a vida assente na planta da alma nem quaisquer recursos contra ou a favor dos ventos que sopram a alma para o interior da árvore da vida ( a árvore em ritmo de folhas e inflorescências dentro do corpo humano que é outrossim um corpo de fauno meio a meio em anatomia e fisiologia para homem e fauno - sopra de dentro do anjo que está dentro da forma arbustiva herbácea ou arbórea ventos para tocar o veleiro alegórico de Salvador Dali - que é salvador dali mas está sempre aqui - no coração do fauno o qual é a vida ou alma vegetal alma em vegetação ou Flora e na mixórdia do mito - rito bizantino responsável pela mescla massiva que faz o animal e o homem emergindo do corpo anatômico e fisiológico do animal desenhando a geometria no corpo metafórico do fauno nos projetos em debuxos e gravados que faz a poesia nascer na alma do poeta - e com a poesia se desenha o corpo humano anatômico e filosófico fisiológico e científico ( A poesia é uma clorofila em verde impregnada na alma do ser humano e uma pérgula com um anjo azul e outro anjo sorrindo surrealista na alma de Salvador Dali Ah! e a queda do anjo! com anjo feminil de Chagall em queda livre com todo o entorno tecendo as circunstâncias : - com um violino mudo sem mãos de violinista que o toque baqueta em cruz ( tudo desenhando um pré-violinista filho da álgebra árabe e da geometria grega duas filosofias para as artes ) violino cruzado-cristão! ou em cruz sobre o túmulo da música na estrada cristã pois a cruz é uma asa desajeitada que os incautos imaginam que tem a capacidade de voar além das águias e do falcão peregrino grudar céu no azul - no alto azul ) Sol amarelo vela pálida burro lívido mulher com criança ao colo Cristo crucificado transeuntes basbaques com a aldeia ao fundo casas tortas embriagadas em passo trôpego de ébrio que chega da noite pelo rasto alvo da manhã refletida no orvalho hialino e figuras negras se retorcendo nas trevas atrás do feminil anjo escarlate em túnica carmesim caindo da altura do céu - do céu da alma de Marc Chagall! poeta plástico ) Pairar com o olhar mergulhado sobre a obra de Chagall é um desafio estético e sapiencial não de mergulhão com o cérebro nadando no sangue do peixe ( mergulhão-de-alaotra ou grebe-de-alaotra mergulhão-de-touca... ) e procedendo a um périplo pelas Antilhas respirando água e terras ilhadas no mar do Caribe ou dos Caraíbas que foram extintos pelos arrivistas ) Por os pés dos olhos nos caminhos pictográficos de Chagall é uma invasão bárbara à gnoseologia do autor empreendida pelo pensamento vegetativo do poeta aberto ao espaço e tempo da vida - uma devassa na alma do artista que fica num enclave entre o vegetal e o sistema nervoso vegetativo que desvela o universo em poesia e a vida em glicose com uma simplicidade e de uma forma tão versátil com versos em hemistíquio e melodia em cacofonia para diatribe ( Alma é flora e fauno e não o avantesma cristão - velado abantesma! ) Admirar a obra de Chagall é observar o homem morto emaranhado em sua criação retratado nas suas invenções codificado na vida através de signos e símbolos que fabrica a linguagem poética e matemática ambas em lógicas diversas para cada sistema encefálico : o sistema nervoso central e o sistema nervoso autônomo dois modos de pensar sendo s sabedoria concernente ao sistema vegetal e o conhecimento ao sistema nervoso central que limita o ser humano à razão e sensibilidade ( sistema canhestro e anti-fauno ) O artista é irracional pleno do fauno quando grafa e pinta a poesia plástica em sua obra de arte submetida às normas de uma gramática que atravessa o imaginário - arraigado na raiz que bebe do pensamento em terra onde está a erva assente ( As ervas andarilhas são amazonas galopando na ventania à revelia da credulidade dos estultos porquanto são filósofas cínicas compêndios e enciclopédias vivas com o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático que pensa a alma dentro de uma arquitetura a qual realizam na estrutura de uma engenharia para ervas formas arbustivas lianas trepadeiras em pérgulas e outros agentes vegetais que sintetizam e mantêm a vida enquanto houver alma na atmosfera e não sobrarem apenas as bactérias anaeróbicas - as quais não respiram por alma ou não captam a alma nas camadas do ar As ervas peregrinas são cépticas no que tange ao Apocalipse e outros eventos-sonhos ou pesadelos que pesam nas pálpebras do homem que dorme - quase como o homem morto que será um dia ou noite sobre o dorso do negro corcel a galope desenfreado levado para nenhum apocalipse real porém apenas para um ritual em teatro - sempre religioso é o teatro a cantar o bode ou Pã ou outra encarnação mítica que a miragem do homem no deserto faz crer real ) Nietzsche transcreveu num racionalismo irracional sobre o que há de radical na tragédia pois a vida é trágica irracional e vegetal e pensa a alma pelo método vegetativo que é uma bifurcação do pensamento nas terras conquistadas pela floresta das amazonas - pela amazona que cavalga e apeia da lenda numa versão feminina de Alexandre Magno cavaleiro originário da "Magna Grécia" cuja onomástica não tem compromisso com a historiografia ou quaisquer outras ares de ciência sem licença poética O poeta é irracional no que põe o ser em hieróglifos sob forma de poesia ou vegetação interior - arraigada ao solo e aos símbolos nos geóglifos que dança a dança das três Graças de Canova na poesia Empunhando o clarinete bebe o pensamento da terra que Nietzsche transcreveu numa racionalização do irracional posto na solenidade dramática do ritual trágico pois a vida é tragédia irracional cantada em coro e vegetal em soro O vate pensa a alma pelo método vegetativo sendo o filósofo natural propagando a filosofia do sistema nervoso vegetativo esparso na inflação das ervas exércitos que tomam tudo de assalto - até a alma que é uma parte de erva no fauno ( O irracionalismo do filólogo e filósofo alemão tem um quê de vegetativo Aliás, é todo o pensamento vegetal profundo - um pensar vegetal ou vital a perambular pelo corpo do fauno na vida e na alma pagã - que é a vida em verde ) O artista é racional entretanto ao se utilizar do conhecimento erudito que é uma forma mitigada do pensamento vegetativo mais ancho e criativo - pensamento criador ( O criador está no núcleo deste pensamento arraigado nas ervas do sistema nervoso vegetativo ou autônomo que cuida de manter a alma viva e pensante na criança com a primavera no corpo no jovem na intersecção com o fauno a flora ninfas nereidas Afrodite Calipígia Vênus de Milo... No que tange a lira lírica concernente ao adulto e ao velho com a devastação do inverno e o advento do outono amarelo - amarelo cavalo do Apocalipse da amazona com inflorescências amarelas em clarim e trombeta ressequidas floradas no fim do lilás do saxofone em fim de improviso musical a soprar anjos que caem no tombar das folhas decíduas de planta caducifólia... ) Ler a obra de um artista é um trabalho ingente porquanto demanda uma leitura bifurcada que se estende da leitura viva do leitor à leitura morta do poeta que levou consigo todo um tempo irrecuperável debaixo do rosto de hera e lodo que a chuva trouxe e semeou ao pé do jazigo triste - de uma melancolia inenarrável em cada gesto dos operários que o erigiu ou nas palavras piando desamparadas na lapide - palavras perdidas que lembram uma ave perdida de sua mãe a piar desesperadamente - o inútil pio do pio ser ( do Pio Papa! ) desenhado por toda a parte sempre na forma da "Piedade" expressa por Micheangelo Buonarotti que vaticina toda a dor da vida com Maria Pia pranteando o homem morto no filho morto - morto em Cristo! ...para a morte eterna Chagall apenas se lê e se torna surreal no canto do galo quando a alma vem em olhos de quem lê - de quem abre os olhos dos signos e símbolos na manhã álacre com o passo no pássaro que canta todo o candor impresso na barra da alva ou na flor de laranjeira flutuantes na alma vegetal das noivas do pintor ( Alma é sempre vegetal - glicosídeo que sustem a vida em sintonia fina com o significado em latim ) O pintor da aldeia russa executou muitos poemas plásticos com um violino de violinista azul para acessar o que é celeste em Paganini ou Mendelssohn e outro violino de violista verde pastoreando rebanhos de ervas com o vento em suas pastorais em silêncio áureo - na calada da noite severa onde se enredou a tragédia do homem morto no silêncio do respirar dos violinos - interlúdio ( Um Stradivarius e um Amati de Cremona ) Chagall é o homem morto o não-ser universal do homem que vem do escuro ao lume e vai de volta da luz ao mar de trevas noturnas aonde não estava nem era antes de nascer usufruir do natal e da curta vida de caramujo com toda a gravidade de Atlas às costas na costa do Atlântico ou do Pacífico oceano - mar oceano O homem morto eu conheço ou reconheci na máscara mortuária de meu pai na mortalha de alguns amigos em peregrinação ao Hades descendo ao Seol Todavia a mulher morta não conheci senão uma : - minha avó! Ela é a Ofélia de Hamlet pintada por Shakespeare nos quadros com noivas de Chagall - noivas da vida e da morte consoante esteja a flor de laranjeira com alma de perfume desde a barra da alva fechando os olhos belos e jovens da noiva com o orgasmo nupcial após o coito subsequente ao matrimônio na aldeia russa ou então os olhos vidrados a contemplar a escuridão inicial e final na solidão do espasmo da morte - dançando com um miosótis!... O homem morto - a mulher morta nesta ladainha social é mais presente e atuante intelectualmente ou espiritualmente se o veículo for a religião do que o homem vivo - nós que estamos "por aqui!" ( imagine o gesto sugerindo cortar o pescoço ou se preferir a cabeça dada ao carrasco ) ainda andando em pré-morte empós o pré-natal subjugados aos vivos capitães aos respectivos cônjuges que se agriolham mutuamente ( casamento putativo! ) e até aos mortos com fundo fóssil são outros tantos capitães ou capelães - para cobrir a cabeça e não ousar descobrir nunca O mundo vive do medo que inculcam ao indivíduo e o indivíduo é o mundo - o universo preclaro-estelar e tudo o mais que salta aos olhos e cabe ouvidos adentro - tudo que escuta ao percurtir nos ossos do martelo e da bigorna do ferreiro em oficina no ouvido interno que temos e somos Vulcanos auditivos - e tudo o mais que avança e toma de assalto o cosmos e a cosmologia a cosmética e a cosmogonia com a legião de captores de cheiros à frente armada em infantaria no cavalete de cartilagem do nariz ( as narinas a resfolegar qual corcel bravio na batalha do apocalipse a abrir a flor em fragrâncias em Guerras Púnicas ) - a tez que cobre o frio em corpo ( encorpado xarope com uva para o tinto das coisas invisíveis de outro modo - tirantes ao insensível que viaja vago no espectro mas não nos olhos em viés geométrico não-euclidiano ) e experiencia a tepidez da manhã anã amarela tímida ao ser suspensa no azul e cuja experiência experiencia ela própria useira e vezeira da doutrina do empirismo e no ato de auto-experenciar ) que ronda o espírito humano Tudo e todos é o indivíduo e não existe mais nada excepto a nadidade dada pelo indivíduo posta ou postada pelo indivíduo único ser e ente ser solitário no mundo entre entes - é um solipsismo de eremita condenado a uma solidão insulado na ilha que é Robinson Crusoé em melancolia perene Tudo o que está na existência é o indivíduo - inúmeros deles isolados em si presos à ilha de dentro pois há miríades de indivíduos! - e o sentido da gustação é a ciência que demonstra num teorema de gastronomia que tão-somente existe o indivíduo de onde parte tudo e nasce o mundo social e o universo até o dia da morte de qualquer um dos indivíduos - cada um prova o seu bocado isoladamente insulado no arquipélago do sabor individual que é incomunicável
O homem morto é aquele que só tem vida para trás - não para a frente ( Vida pretérita não é vida apenas alegoria de vida metáfora para a alma morta sem clorofila e outros glicosídeos industrializados pelo violinista verde a um tempo um boticário e um hábil farmacêutica dono de uma farmácia de manipulação - um herborista enfim herbolário ervanista ) O morto desquita-se da vida que é o vegetal no ser humano o qual faz a flora e o fauno funções do corpo anatômico e fisiológico do fauno olvidado nos compêndios de medicina e biologia ou antropologia forense Possui apenas memória de vida na alma do retrato - ponte de luz e sombra dispersa no tabuleiro de xadrez com o pé escuro da noite e o pé claro do dia a pisar as casas no tabuleiro - relojoeiro joeiro a joeirar Ser de vida pregressa sua vida é iconográfica geometria de alma escapista também verbal de papel manchado de signos desenhos em nanquim - longe do vegetal do verde vitalício excepto até onde for pintar as bactérias sua obra surreal por mãos de Joan Miró e outros seres verdes naturais atentos nos miosótis teimando não serem esquecidos ( "Não-te-esqueças-de-mim" é a letra da canção lendária que geme o pobre miosótis já planta a medrar no Jardim do Éden primitivo corpo vegetativo do homem - definido na onomástica como Adão o Adão onomástico ) Não vegeta sobre o solo ( para clarinete violino terra fresca com cheiro forte de raiz de erva daninha viçosa ) não mais é vegetativo - o sinal é negativo para o vegetativo e não passeia os cabelos crespos pelas ervas com o pente da brisa fagueira penteando folhas defraudadas ao vento qual bandeiras de navios piratas com bandeira negra hasteada no navio do capitão Barba-Roxa ou de algum corsário ou flibusteiro piratas do Caribe do mar do Caribe o mar dos Caraíbas - autóctones aborígenes indígenas em pé de guerra contra os alienígenas O sistema nervoso vegetativo ao cessar o fluxo vital o qual fui na água - rio em cachoeira no sangue procede à falência dos nervos e órgãos ( Pára os Órgãos dos organistas Buxtehude e Bach ) ao perder o vegetativo verde na parada ou quietude incômoda da água que não mais flui ("fluminense") em longo e doce riacho - fluído indo para baixo aonde o mar brame e espuma ( sem altitude na ""baixada"" dos Países Baixos ) O simpático e automático ( autônomo ) sistema nervoso cuja função precípua é alimentar um berço de mar oceano com uma berceuse composta por Debussy pensa e nutre os demais sistemas - pensa a vida e sabe da alma e do corpo humano uma mescla de espaço preenche de matéria e tempo dinâmico ou energético - Entretanto o homem morto que ficou deitado em cruz pelo caminho é um objeto que perdeu a planta e a semente angiosperma ou gimnosperma espargiu pelos caminhos verdejantes ou ressequidos O homem morto não partilha do pistilo da flor campestre portando não está presente na rede vital que é vegetal nos primeiros passos invisíveis de uma forma arbustiva a medrar ou um tronco de árvore a se entortar no frenesi por raios do sol porquanto alma é verde derreia-se pelo verde - verde clorofilado afinado pelo violinista verde e o azul no céu tocando uma berceuse cerúlea antes que se proceda à calefação das trevas e venha célebre montada num alazão a amazona cuja missão é anunciar de anjo e trombeta o apocalipse feminino que se avizinha na ponta dos cascos com ferradura batendo em ritmo o tambor do solo ( ou solo de tambor no ritmar das patas do cavalo bravio relinchando pavorosamente enfatizando que as bestas são convocadas para porfiar ferozmente e até a morte na guerra do Armagedom ) solerte e paradoxalmente entregue à própria sorte e aos sortilégios das feiticeiras - tudo antes que seja meia-noite e surja o anjo exterminador empunhando a espada justiceira e o exército dos demônios em legiões romanas sustente a batalha até a alva desmaiar no céu que antes era treva e boca de treva a devorar cor de anã vermelha Sem sistema nervoso vegetativo simpático e parassinpático - carente desses sistemas de pensar a vida construir arquitetar e manter a vida hermética na alma assim o homem morto não pode mais pensar verde pensar vegetal ou vegetativamente refletir e defletir o verde na alma pintada dentro de um verde invisível com tinta pra semblante de taitiana que Gauguim não pintou legível em espectro não deixou pensada e relatada mas apenas em nuances de cores do verde extraído do ciclo vegetativo que engendra a vida e a engenharia da alma ( A engenharia da alma é mecânica move-se no sentido vetor do latim e na força em aceleração de Newton o filósofo natural junto à Darwin que também pensou a vida em natureza ) O homem morto dependura-se no verbo e no retrato porquanto sua vida é um artefato sem alma na concha - concha acústica aonde se pensa foi parar o som do mar no vento rascante O morto é visível em seu tempo apenas cercado pelos objetos do seu tempo que mantém seu corpo metafórico ou em holograma na jaula da iconografia ou da hagiografia através dos móveis e utensílios circundantes circunstanciais que fazem o tempo com mãos de carpinteiros e contabilistas cercando-o de objetos e artefatos os quais o daguerrótipo flagrou como resquícios e relíquias no corpo do tempo quando vivo o homem a mirar do fundo do retrato a cantar no fonógrafo quedo no museu do som sem as cordas das ondas senoidais ou vocais registrando a voz guardada no relicário - dentro do ouvido interno que escuta o que alguém já ouviu quando estava com o corpo imerso no tempo - banhado pela água do tempo que lhe dava alma pingando vida na chuva ( O fonógrafo é um ouvinte do tempo que capta a frequência do homem morto canta e ouve com ele junto ao ouvido de quem continua vivo porquanto o fonógrafo é um ouvido externo que promove a intersecção entre vivos e mortos - artefato que guarda o tempo incólume na Baía de Baffin no Golfo de Carpentária ou no mar Cantábrico ) Aquele que pereceu é um ente inexistente enterrado no ser - com alma arraigado no ser porém não alma natural mas alma artificial plantada no discurso que recolhe e doa essências onde não mais há existência do ente fenomênico que partiu o coração das cinzas no charuto e no cachimbo que faz o vento fumar no evolar e enrolar da fumaça em volutas espiraladas que denuncia os caminhos e a dança ou balé do ar um bailarino com corpo de vento O homem morto Ah! o homem morto!... : Este ser não mais existencial teve a vida dissecada por conceitos concepções filosóficas sobre essências pois o morto é apenas um corpo sem porto de alma sem visita de fantasmas sem existência sem prática do existencialismo humanista e ateu ou agnóstico que caracteriza o sábio incréu pois o filósofo sempre é céptico diferentemente do parvo sempre crédulo e pronto para mudar de crença conforme a política filosófica instante no momento vento que passa pelo om do coqueiro e do coco que cai no solo para coco sopro e instrumentos de cordas no vento - o vento é templo para música A morte é uma realidade trágica para dois poemas - um poema trágico ou canto do bode que pode ser de Pã e dos sátiros - enfim o canto não do cisne a celebrar a morte mas do fauno a afirmar a vida e conceituar a alma em latim porém não em significado cristão mas sim em sentido de latim pagão de Roma imperial sob césares tenazes e corruptos Por fim o outro poema é o cômico uma ópera para rompante de bufão italiano - ópera bufa originária da comédia da arte e da comédia e sátira grega com Luciano de Samosata no frontispício e outra obra que traduz a ironia que perpassa o pensar grego fluindo do racional ao irracional desequilibrando Shopenhauer e Nietzsche em tempo desagregado do homem gregário face ao morto solitário ou em solitude corporal A natureza em flor para o homem vivo é o paraíso com serpente peçonhenta - flora e fauna no imaginário incapaz de ler símbolos enroscados dentro dos signos que os gregos tinham ao evocar o deus Pan o grande sátiro o bode meio homem o fauno romano - enfim um ser divino porque ente natural ou silvestre e social no culto religioso que é o rito da tragédia - um canto para um deus ou para vários deuses pois é a natureza em pelo eriçado de luxúria que subjaz em inúmeras divindades - subjacentes divindades floradas no fauno Hoje atua a superstição ingênua e totalitária da ciência conceptual que não sabe ler o fauno nem tampouco reconhece a anatomia e fisiologia do fauno antes a ignoram por preguiça de desvelar o código subjacente que assinala a semiologia do fauno Inspirados e ancorados na obsessão cristã sobre a monogamia apresentam e cultuam tão-somente o corpo da deusa ou corpo de mulher que ficou sem a companhia de um deus no panteão natural ( e sem sexo consequentemente! ou com sexo para boneca inflável...: no uso sagrado da camisinha-de-Vênus ) quando surgiu os conceitos e onomástica para flora e fauna vegetação e animal em menoscabo ao princípio fundamental de macho e fêmea princípio da gênesis e da razão suficiente nos filósofos ( eleatas estóicos cínicos idealistas realistas materialistas pragmáticos ... de filosofia maior ou menor consoante a necessidade contextual que veste e reveste a alma no que urge o tempo sem mugir nem tugir evidentemente ) A realidade greco-romana expressa em mitologia ( antiga ciência com poesia ou ciência com alma ciência viva ou ainda filosofia do filósofo natural à la Darwin ou Newton ou da filosofia maior de Aristóteles cujo objeto de estudo é a física ou natureza do fauno e a metafísica ou pensamento humano expressão que o compilador do filósofo cunhou ao sair da física do estagirita e o pensar do fauno sob o sistema nervoso vegetativo através das artes poéticas e plásticas e também da geometria ciência que mensura o objeto metafísico ou apriorístico ) O estudo do animal enquanto fauno do corpo do animal sob o corpo metafísico do mito sendo a mitologia a metafísica primeva dos antigos um corpo de estudos para pensar o que não é física ou natureza consoante o "deus" ou a "deusa" seja da mitologia grega ou romana Afrodite ou Vênus Esta avoenga anatomia do corpo humano ao mesmo tempo exprime o vegetal presente no macho e na fêmea porquanto é o vegetal o primeiro animal ou animal lento de gestos em outro ritmo dentro do tempo gesticulando em outro espaço para olhar e o animal que é o vegetal lépido livre da raiz que o prendia ao solo ( A anatomia e fisiologia do fauno e da flora pode ser estudado dentro do corpo humano na semente ou sêmen do macho que é o fauno romano da indústria extrativista do mito e no ovo da vida objeto vital que expressa o animal o vegetal no animal fêmea enquanto flora na forma poética e delicadamente poliforme da deusa Flora ou energia quântica consoante o violino empunhado pelo homem no tempo inventado aventado para evento de vento nas narinas sopradas pelo oboé arcano musical no coro das Musas com o violino ) Hoje se despreza o fauno ou forma zoomorfa do ser humano ou os debuxos da idéia antropomorfa da divindade presente no homem e na mulher pela operação da mitologia nas formas do fauno e da flora em atenção ao princípio fundamental de macho e fêmea na dança da natureza que une fauno e flora no amor sexual do homem e da mulher primitivamente uma paixão expressa na vontade do macho e da fêmea que buscam se realizar no sexo e neste dar à luz outro ser Não obstante o bom senso prevalece o contra senso tamanha e tacanha a estupidez científica transliterada para a onomástica porquanto não mais o Fauno exprime a natureza do animal no corpo anatômico e fisiológico do homem bem como o vegetal que é onipresença na folhas que circunda a cabeça do fauno e a cornucópia à mão pois a demência cristã que tudo invadiu e perturbou gravemente enfim, o imaginário sem tato para a arte e a natureza na ciência cristã apenas passeia pelo conceito de flora a deusa da vegetação ou diva vegetal ou divindade presente na realidade pelo sistema nervoso vegetativo que tudo cria e cura graças ao poder inenarrável da criança miraculosa ( Todo o poder da criança é o poder de Deus transliterado ) Todavia e contra toda perspectiva filosofante hoje sob a ciência subserviente ao cristianismo sobrevive apenas como objeto mental a duplicação estéril e espúria do feminino a ignorar a fertilidade e a necessidade de paixão sexual do mundo vegetal que está imerso nas matas do sistema nervoso simpático parassimpático ou autônomo com piloto natural e automático autônomo piloto que guia o sexo do homem ao sexo da mulher no princípio que move o universo com flora e fauno - e não flora e fauna ( não flora e fauna! duas expressões para a feminilidade! - uma aberração do pensamento ) excepto se a opção sexual se orientar no sentido da Ilha de Lesbos onde se deu a poesia de Safo que canta o amor entre mulheres ou do homossexualismo na Grécia e em Roma O homem morto perdeu a alma ou teve sua alma retirada pelas narinas e colocada numa ânfora e junto à alma retirada cirurgicamente veio tudo o mais para o exterior ficando dentro apenas uma disfunção em mefítica podridão sob os bálsamos da múmia Perdida a alma que é a vida ligando tudo colando o pó do barro ou os cacos da ânfora ou o alabastro despedaçado buscou a idéia outra forma de alma que não obstante a forma não tem conteúdo de alma não possui vida nem morte existe e não existe simultaneamente porquanto é uma mera concepção humana um pensamento se procurando no ser que cria o homem vivo com a alma enterrada no barro do corpo humano Enquanto idéia o homem morto é tão-somente a expressão da idéia em si fechada em seu circuito ou diagrama esquemático sendo uma idéia efetivamente algo universal a simbolizar o homem universal o qual de fato não existe uma vez que tal homem é todo homem ou todos os homens ou todo homem enquanto indivíduo separadamente ou insulado do contexto o que não precede à existência mas sobrevive apenas em essência lógica escrita e apta para existir enquanto história ( glifos e hieroglifos e geoglifos nos genes ou signos genéticos vivos que se escrevem a si escritores, auto-escribas que são do corpo humano cuja arte passa de pai para filho nesta guilda ) e portando ao representar ao idéia de todos os homens e joeirá-la individualmente concomitantemente não resta na conta nenhum homem apenas uma concepção de que se ocupa a razão um conceito desenhado na fina geometria árabe da álgebra que descansa em belos arabescos e cálculos tão abstratos que não são nada ou então é zero ou menos zero e também tudo e infinito simultaneamente e no mesmo espaço Por fim o homem morto traz à baila desde os primórdios do primeiro morto a deitar irremediavelmente por solo a expressão que ficou na lenda do miosótis a qual exprime uma eufêmia primeva e milenar a sussurrar `a boca do moribundo ou do amante preterido que súplice implora pateticamente para não se esquecerem dele quando se perder no azul miosótis do céu - um mausoléu acima da cova rasa a brincar com as ervas daninhas dos baixios aonde descerá seu corpo já sem anatomia e fisiologia de fauno nem guirlanda para a noiva ( uma idéia poética para sexo casamento reprodução desejo luxúria e outros demônios de Fussli que assustam o pobre menino cristão no quarto escuro ou assombrado! - sempre Íncubos e Súcubos na pornografia da Inquisição espanhola! pois somente assim se justificava bater o martelo para condenar inocente bruxas que nem eram bruxas mas meros conceitos de bruxas ) Por fim e para por fim - o homem morto não ressuscita mais mesmo que fosse cristão daqueles mártires no Coliseu servindo de entretenimento a Nero os nobres e o povo de Roma ( Eles só ressuscitaram na realidade do latim cristão que cultuava uma alma sobenaturalista ) Nem o latim de Roma o latim oficial dos eruditos romanos escrito e falado por Júlio César e Cícero Ovídio Lucrécio Horácio e Virgílio Romano que poderia ressuscitar - de fato não o pode de fato ( "poderia" é verbo indicativo no tempo e modo de inexistência ou impossibilidade fáctica de existência apenas possibilidade teórica ou no ser que o homem fabrica como o conjunto das coisas com os objetos e fenômenos naturais e artificiais no homem em seus sentidos e significados ) pois conquanto seja o latim uma língua morta - apenas um outro homem morto ou uma mulher morta sendo língua ou conjunto de signos e símbolos reunidos pela mente humana que as arrebanhou dentre os artefatos culturais - sendo portanto o latim apenas uma língua morta o que equivale a dizer : um ser humano em signos e símbolos um ser humano tecnológico um ser humano alienado no artefato que inventou não obstante esse fato inconteste - o latim não tem mais contexto para ressuscitar enquanto língua porquanto não está mais na teia da vida na teia tecida pelos poemas alcançados pela língua não tem como ressuscitar a aranha ou a vida simbolizada no aracnídeo "tecelão" apto a tecer uma teia pontificial que seja ponte ou liame entre a alma morta na antiguidade clássica e a alma vital presente no mundo contemporâneo alma coeva Tal tarefa é impossível mesmo sendo o latim tão-somente uma língua morta nada mais que um homem morto em signos e símbolos com a cruz cristã cruzando as pernas irônicas sobre a pedra tumular à beira da estrada Do exposto pode se concluir que nem mesmo uma língua que é apenas um trapo de homem feito de signos e símbolos não sendo um ser vivo não trazendo u fauno dentro de si pode ( não pode!) ressuscitar dos mortos e voltar a estar entre os vivos - imagine um homem - o homem morto voltar à vida arrastar a alma que se perdeu no ar de volta à inspiração das narinas ansiosas ou sair da hóstia tal qual um pintainho do ovo retomando caminho a pé descalço neste mundo hostil com hostes de bárbaros e hóstias de padres da igreja a gemer "amém" na eufêmia infinda que prostra o homem semelhante a uma fêmea no coito... exercendo o santo ofício ou o sagrado ofício da prostituição antigo rito de purificação e sacrifício O homem morto não é mais o homem perdeu-se do ser perdeu o ser não pode mais dar o ser seu às coisas que ele transformava em objetos no entanto continua no ente presente no corpo cadavérico que se desmancha paulatinamente até restar apenas a caveira e os ossos onde repousa em travesseiro final sem fronha alguma nem sono ou sonho ou pesadelo pesaroso nos olhos - até que o esqueleto junto com o crânio desapareça imiscuindo-se na história da rocha - estela escrita com geóglifos na língua do fóssil - língua morta latim de povo morto